Trata-se de dados alarmantes que refere a uma legião de pessoas das mais variadas idades que buscam suprir suas carências através de estímulos frios - com o desejo de sentirem-se quentes. No contexto virtual, o sexo deixa de ser uma opção fantasiosa para se tornar uma questão de saúde pública à medida que se torna condição na expressão sexual de muitos indivíduos – sendo que alguns admitem-se escravos dessa modalidade. Essa situação vem sendo acompanhada com apreensão por profissionais da saúde mental de diferentes partes do mundo, que enxergam e classificam o comportamento como patológico, passível de intervenção.
De fato, quando um indivíduo perde a autonomia sobre os seus pensamentos, passa a agir de modo inusual, causando estranheza a ele próprio, tornando-se refém de seus impulsos. Embora a pessoa não perca a capacidade crítica e é capaz de pensar o próprio ato, vive a cláusura psíquica em torno da ação sexual pervertida. Os praticantes do cybersexo sustentam algumas características parecidas. Não incomum, observa-se um caráter introvertido e uma certa repressão sexual, por vezes com origem nas primeiras experiências. Para essas pessoas a masturbação costuma ter um papel determinante na construção da sua sexualidade e na dinâmica sexual futura.
Muitos são os sites especializados que diversificam por categorias as mais diferentes formas de experiências eróticas. Do sexo romântico ao bizarro – tudo se pode encontrar neste universo virtual populado por avatares que se escondem sob nick names que preservam o cidadão respeitado e socialmente aceito. Neste cyberuniverso tudo é possível; homem vira mulher e mulher vira homem num único clique. A fantasia presumida no compartilhamento de espaços próprios onde a regra única é determinada pelo prazer, não havendo fantasia pensável que não se realize, semente que não floresça!
O prazer solitário e a busca pela autoestimulação tornou-se interessante à medida que pouco exige de quem pratica, especialmente em tempos em que o sexo representa um risco e a competitividade é a tônica de uma sociedade em que a excelência é sinônimo de sucesso. Apenas o prazer pelo prazer, onde não é preciso ser verdadeiro e nem olhar nos olhos, ser performático ou ter atributos físicos ou mesmo intelectuais, onde não importa se você tem alguma limitação de qualquer ordem – você não será mesmo notado! Basta ter desejo e um estímulo suficiente.
A busca cada vez maior a esta prática apoia-se na privacidade, segurança e no anonimato, estimulando a adesão por homens e mulheres de diferentes faixas etárias e nível sócio-econômico, que no recôndito de seus aposentos, extasiam-se, regozijam-se. A traição virtual ameniza a culpa e protege os seus adeptos. Funciona como uma espécie de condom moral que garante o prazer sem os inconvenientes das contaminações comum aos que se arriscam a quebrar as regras da boa conduta.
O sexo virtual tornou-se um grande negócio que movimenta grande monta de recursos, contando com uma clientela cativa. O estranho paradoxo no sexo virtual é a necessidade em vencer a dependência de algo natural que, de tão vinculado e entranhado, está sujeito ao crivo do enquadre normal – ao qual não se pode evitar. Sob certo aspecto, indistingue a naturalidade e a normalidade na expressão do comportamento sexual. Quero dizer que o sexo é uma manifestação natural intrínsica ao homem cuja expressão está sujeita as normas atinentes a cada cultura, de modo que essas normas sobrepujam a expressão natural.
Ansiedade e tensão costumam acometer a pessoa que tenta controlar os seus impulsos na busca do sexo virtual. O prazer na finalização e o sentimento de culpa após o ato solitário são frequentemente relatados pelos compulsivos sexonautas. O enquadre patológico da compulsão sexual abarca o comportamento dessas pessoas em razão da consciência do comportamento repetitivo. A frequência desse comportamento é determinante para o diagnóstico diferencial de compulsão sexual, a hipersexualidade.
Pesquisadores discutem as abordagens terapêuticas e as possibilidades de intervenção, que invariavelmente orientam para o acompanhamento terapêutico. O trabalho do psicólogo é indicado sempre que a pessoa não controla a “coisa” – é controlada por ela. O trabalho do profissional de psicologia consiste em dessensibilizar a pessoa compulsiva de modo que possa diferenciar os seus impulsos sexuais naturais do pensamento obsessivo que impele ao comportamento indesejado.
Por Paulo Madjarof Filho
Portanto, meu cyberamigo, se você se identifica com os aspectos abordados neste texto, aceite a minha cybersugestão e busque orientação profissional para fortalecer-se frente aos arroubos e apelos do cyberespaço sexual.
Por Paulo Madjarof Filho
Psicólogo Clínico e Mestre em Psicologia da Saúde com Dissertação sobre Hipnose.
Clínica com atendimento em São Paulo e em São Bernardo do Campo.
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