sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O Vôo Inaugural

O condor é o maior pássaro do mundo e é conhecido por sua envergadura e por construir seu ninho em penhascos escarpados com altitude próxima a 2000 metros. A mamãe condor cuida de um único filhote que é totalmente dependente até completar um ano, quando então, o "encoraja" ao seu primeiro vôo. O filhote, sem compreender, é atacado por sua mãe recebendo inúmeras bicadas na cabeça até que, atônito, na tentativa de esquivar-se, salvar-se, se lança ao precipício. Sem alternativas – e instintivamente, abre suas asas e é acompanhado por sua mãe em seu vôo inaugural. É quando o filhote condor descobre sua autonomia, sua independência. Compreende o mundo sob uma nova perspectiva tornando-se atuante. Desenvolve sua nova competência intrínseca – recém descoberta – de um pássaro extremamente hábil.

Assim como os filhotes de condores, muitas vezes nos prendemos a segurança de nosso “ninho” nos impedindo – ou retardando – a experiência de nosso primeiro vôo. É importante ressaltar que neste caso, o “ninho” tem uma conotação muito mais ampla por referir as situações de acomodação de nosso cotidiano, seja pelo trabalho que não mais gratifica – mas que insistimos em manter, o relacionamento que se faz por conveniência – que fingimos não incomodar, a obrigação determinada por aspectos subjetivos – pelo que é esperado que façamos – e fazemos!

O vôo inaugural nos assusta porque duvidamos de nossa capacidade de sustentação, de nos mantermos por nossas asas, de voar mais – e mais alto, com autonomia. Nos colocamos – e assim permanecemos, numa condição de absoluta dependência, autômatos, admirando os que já se lançaram ao vôo da auto-descoberta.

Portanto meu amigo, convido-o neste instante a uma reflexão; a observar com acuidade a extensão de suas próprias asas. Veja! Elas cresceram! Que tal experimentá-las? Que tal, a exemplo do condor, se lançar ao seu vôo inaugural?

Não entenda o meu convite à reflexão como uma apologia à inconseqüência, ao descaso, ao levianismo. Pense apenas sobre aquilo que ainda não sabe por não se permitir. Exerça a sua crítica pela vivência pessoal e não por impressões falaciosas e pelos modelos que sequer você optou – lhe foram impostos!

Acredite em sua capacidade condor. Liberte-se do medo, voe!

Por Paulo Madjarof Filho

21 comentários:

  1. primeiro medo:
    baratas

    e tu estás arrasando hein
    bjus

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  2. PAULO:

    Voce me dá um TRABALHÃO que nem queira imaginar .... !!!

    Estou brincando, me refiro no bom sentido.

    Cada Post seu, noticia sua, me deixa boquiaberto, é um melhor que o outro.

    Te juro pelos meus filhos e netos, e pela dona da pensão ..... hehehehe

    Abração meu velho, a ROSANA, sua mana do coração, ja fez meu Banner, ficou SHOW .. !!

    Agora aprendi como fazer e vou pegar o de voces para colocar no meu BLOG

    Abraços fraternos, estou indo dormir

    vou postar agora, em meu BLOG, A PIADA DA HORA DE DORMIR.

    E depois vou indo, tive um dia agitado, aniversario de minha mãe, falta de energia eletrica, tudo o que as LEIS DE MURPHY confirmam ..... risos .... e mais um pouco ..!!

    Fique na PAZ, sempre ....

    Luiz Gnz

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  3. Mais um texto interessante, Paulo! Sair das acomodações! Abandonar velhas crenças que já não servem mais. Se lançar ao desconhecido. Testar as próprias forças! Mudar! Tarefas difíceis! Mas tenho observado que a vida tem lá o seu método de nos tirar do marasmo. Sabe muito bem dar suas bicadas na nossa cabeça para nos ajudar a descobrir potenciais ignorados. Reconheço perfeitamente estas bicadas, já levei várias. Quanto maior a resistência, maior o empurrão que ela nos dá. Na hora fico muito braba, mas depois que consigo superar os obstáculos, olho para trás e vejo que só tenho que agradecer. Fiquei mais forte! Linda analogia você fez aqui. Mas, como a Edilene, tenho pavor de baratas também. Não faço a menor idéia se vou conseguir superar isso algum dia, e confesso que nem tento. Saio correndo e gritando histérica sempre...rs. Abs Denize

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  4. Paulo,
    é um privilégio desfrutar deste seu espaço, e ter acesso a textos maravilhosos.
    Obgda por compartilhar.

    Abraços,
    Serenissima

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  5. Paulinho,

    Primeiro venho lembrar de minha mãe (ela é alemã) quando morou na Bolívia e contou muitas histórias sobre esta ave, condor. Era necessário ter cuidado com as crianças pequenas, pq as aves costumavam levar animais pequenos e até bebes... terrível, não?!!

    Quanto aos adultos que não conseguem andar com suas próprias asas, bom, muitos são os pais (especialmente as mães) que exageram na super proteção, criando filhos inseguros e dependentes.
    A minha mãe se preocupou muito com que nós fóssemos independentes e responsáveis por nossas vidas e atos. Um tanto demais, acabamos ficando um pouco sós, desapegadas da família, como acontecem com muitos estrangeiros. Eu vejo um lado bom em ser como sou, preciso ser mais corajosa, respirar fundo e levantar sozinha. Ahhh não sou durona não, tenho meu lado emotivo.

    Bjs

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  6. Saudações!
    Amigo Paulo,
    Que Post Fantástico!
    Um texto muito bem fundamento de forma brilhante e ao mesmo tempo desafiador e muito inteligente.
    O medo que eu tenho é de ter medo!
    .... Assim, estou pronto para o vôo inaugural.

    Parabéns pelo excelente Post!
    Abraços fraternos,
    LISON.

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  7. Nossa Paulo, como no fundo somos tão aprecidos com as aves né?!rs Porque de certa forma nossos pais também nos "empurram" do galho para procurarmos nosso caminho na vida, mesmo que continuemos morando em casa.As vezes duvidadmos do poder e nossas asas pq as coisas acontecem de forma diferente com cada pessoa e a um tempo distinto.
    Excelente post.
    Beijos
    Márcia

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  8. Paulo!
    Texto bacana, bem escrito. De minha parte posso te dizer que já tive que recomeçar tantas e tantas vezes que até acho que já perdi o medo! Rsrss! Acomodação é a morte em vida. E eu quero viver!
    Beijão para ti!

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  9. Paulo,

    Mais um belo texto nos convidando à reflexão!

    Os seus textos emocionam-me sempre, pois vejo neles uma pessoa com a espiritualidade muito elevada, que deseja contribui para um mundo melhor com os seus pensamentos, conhecimentos e experiências vividas.

    Continue amigo!

    Grande abraço,

    FrancK

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  10. Olá Paulo
    Cheguei aqui,a convite da sua irmã Rosana,e estou muito feliz,porque adorei o seu maravilhoso blog!Os meus parabens!
    O meu primeiro voo foi aos 19 anos,ao principio custou ,mas hoje não me arrependo!
    beijnhos
    joana

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  11. Demorei, mas cheguei. Isso que é o importante.
    Talvez esse meu ato de somente agora vir ao teu espaço seja outra forma de mostrar realismo ao teu texto.

    A gente, por vezes, demora quase demais para se lançar numa atitude que sabemos necessária porque irá trazer luz mais adiante. Mas ficamos presos a outros supostos compromissos ou mesmo desculpas, e acabamos por não se dirigir ao que, de fato, o fará crescer e deslocar-se do marasmo.

    Assim é minha chegada aqui.
    Já sabia de tua postagem, mas tive que dar o tempo suficiente (nem mais um minuto) para aqui ler, absorver e comentar teu post.

    Quando, finalmente, o abri (finalmente nos lançamos ao salto liberto) me ví leve e esperançosa de minhas possibilidades.

    Obrigada.

    Um beijo,

    Maria Souza - Porto Alegre - RS

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  12. PAULO, EU SUPEREI UM MEDO QUE TINHA DE ALTURA RECENTEMENTE, FOI NO FERIADO DE 2 DE NOVEMBRO QUE FUI AO RIO DE JANEIRO A CONVITE DE MINHA IRMÃ, E LÁ EU E ELA SUPERAMOS ALGUNS MEDOS E ANDAMOS DE BONDINHO , ANDAMOS DE HELIDOPTERO FUI AO CRISTO REDENTOR LÁ NAQUELA ALTURA, COISA QUE NUNCA FIZ POIS TINHA MUITO MEDO , MAS FOI SUPERADO GRAÇAS A DEUS!!

    BJ

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  13. Nem publica esse coments, é só para ver se vc esta on agora, vai pro MSN, to la.
    abracos

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  14. depois post sobre
    meu medo de dirigir carro?
    como sanar?

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  15. Paulinho!!!

    Eu nem tinha percebido que havia deixado de comentar o seu lindo post...

    Sempre tive uma incrível fascinação pelo condor, mesmo nunca tendo visto um frente a frente.

    Eu acredito que o condor é motivo de certa inspiração, ou porque não dizer uma profunda inspiração? Talvez, isso deva-se ao fato da própria história de sua origem, e também pelo símbolo da trilogia, onde encontramos o condor bem no topo.

    O condor voa alto, e nas asas da minha imaginação tento alcançar o vôo do condor, mesmo sabendo que eu não passo de um simples gaivota...

    Mas há de chegar o dia que meus pés saírão do chão, e me sentirei leve como uma pluma, e como um condor poderei alçar o mais alto vôo, e minha imaginação ficará somente em minhas lembranças, pois sei que estarei vivendo a realidade do meu vôo livre.

    Te Amo Irmão!

    Bjs.

    Ro.

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  16. Paulo

    Mais uma vez, um importante trabalho que eu prefiro não chamar de texto, pois é muito mais que isso.

    Muitos pontos foram abordados aqui e apresentam, entre eles, estreita relação : medo, acomodação, autonomia, autoconhecimento e competência intrínseca. Digo que o entendimento, um pouco mais profundo - como você escreveu - destes pontos e da forma como se relacionam, pode gerar um caminhar com menos atropelos.

    Como a vida é uma escola, cabe a cada um de nós estar atento às colaborações como essa, refletir e agir para o próprio aperfeiçoamento. O "prêmio" é a melhoria na qualidade de vida.

    Um abraço.

    Nelson

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  17. Paulo,

    Acho que me baralhei na sequência dos artigos 'para ler depois'! Parece-me que este era para ler antes do 'Você tem medo de baratas?' eheheh

    Bem é muito bom fazermos diversos voos inaugurais ao logo da vida. Penso que cada acontecimento novo é um novo voo ao desconhecido. É no nosso primeiro emprego, é no nosso casamento, é quando temos o primeiro filho, é no nosso primeiro divórcio... sei lá!
    Todas as vezes que arriscamos algo de novo é um novo recomeço. Eu gosto de arriscar. Algumas vezes baralhei as asas, outras fiz voos demasiado picados, mas sempre acreditei que conseguiria planar. E planar é bom. Mas fazer outro voo inaugural, mesmo quando parece que tudo esta arrumadinho é muito bom! e eu, francamente, não tenho medo de voar.

    Excelente o teu texto. Adorei.

    Abraços
    Luísa

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  18. Olá amigo Paulo, excelente texto. Muitas vezes os pais superprotegem os filhos, não os deixando viver suas vidas, escolher os cursos que querem fazer e ainda falam de seus amigos e namoradas, se forem morar em outro lugar é um DEUS nos acuda.

    Um abraço.

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  19. Adorei seu artigo, traz uma sabedoria sem fim, quando nos descobrimos libertos para a vida, bater asas, mesmo tontos ainda vamos descobrir novos caminhos e abrindo para novas idéias.

    Abraço

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  20. Eh Paulo, essas novas asas me fizeram voar, 9.486km pra cá...
    Eu caio de vez em quando, mas ainda to aqui...
    Voando SEMPRE !!!
    Abraços
    André

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